30 anos do CCB – Da Certificação ao ESG
Completando 30 anos de história, o Centro Cerâmico do Brasil, o CCB, foi criado em 1993 como uma instituição privada sem fins lucrativos cujo o objetivo principal era criar padrões de qualidade para as placas cerâmicas através de normas ABNT e fomentar a melhoria contínua desses produtos através de programas de certificação com acreditação junto a Cgcre/Inmetro.
A Anfacer foi a entidade responsável pela criação do CCB e tomou todos os devidos cuidados para que a instituição desempenhasse suas atividades de forma imparcial e com credibilidade. Toda a administração da instituição é formada por conselhos de reapresentação tripartite, com representantes de fabricantes, dos neutros e dos consumidores.
Com a publicação das normas ABNT (NBR’s 13816, 13817 e 13818) que foram baseadas nas normas internacionais ISO (13006 e 10545), o CCB iniciou a certificação dos produtos cerâmicos, função esta que desempenha até hoje com muito sucesso. Hoje, cerca de 97% do volume de placas cerâmicas fabricadas no Brasil tem certificação Inmetro e qualificação PSQ voluntariamente seguindo todos os requisitos da norma ISO 13.006.
Durante a caminhada em prol da qualidade, em 2001, o CCB assumiu o laboratório de ensaios do Sincer em Santa Gertrudes, o qual foi o embrião do que chamamos hoje de CITEC/CCB – Centro de Inovação Tecnológica em Cerâmica e Construção Civil. Após assumir a gestão do pequeno Laboratório, o CCB precisava ajudar o Polo Cerâmico de Santa Gertrudes a se desenvolver tecnologicamente, e para cumprir este objetivo, foram elaborados inúmeros projetos de P&D&I juntos aos órgãos de fomento: Fapesp, CNPq, Rhae e Finep.
Com os recursos destes projetos foi possível equipar o laboratório adequadamente para atender a demanda setorial por serviços e capacitar a equipe do Centro Cerâmico do Brasil com profissionais de ponta. Já em 2015, nascia a sede própria do CCB em Santa Gertrudes, com uma área construída de 1500m² em uma área total de 3.800m² doada pela Prefeitura Municipal de Santa Gertrudes. Finalmente o CCB tinha uma sede própria compatível com o nível de desenvolvimento do setor cerâmico. Embora estando em Santa Gertrudes, o CCB tem a suas atividades em nível nacional, ou seja, atende a todas as empresas de placas cerâmicas do território brasileiro e de fora do Brasil também.
Em termos de qualidade e estrutura laboratorial, temos reconhecimento internacional pelos parceiros como TCNA -EUA, ITC-Espanha, CCB-Itália e CTCV-Portugal. O CCB precisa acompanhar e até mesmo prever os caminhos que o setor cerâmico irá seguir. E nos últimos anos, o tema sustentabilidade tomou conta do planeta terra. Frente a este cenário, algumas empresas já estão buscando adotar práticas que vão além das certificações tradicionais, direcionando seus esforços para a abordagem do ESG (Environmental, Social and Governance).
O ESG surge como um conceito mais abrangente, incorporando três pilares fundamentais: ambiental, social e governança. O pilar ambiental abrange a gestão dos impactos ambientais, a eficiência no uso de recursos naturais e a adoção de práticas sustentáveis. O pilar social trata das relações com stakeholders, da equidade e diversidade, da segurança e bem-estar dos colaboradores, bem como do impacto positivo nas comunidades. Já o pilar de governança diz respeito à transparência, à ética nos negócios, à estrutura de liderança e ao combate à corrupção.
A adoção do ESG pelas empresas traz uma série de benefícios.
Em primeiro lugar, ela contribui para a diminuição de riscos, uma vez que empresas que se preocupam com aspectos ambientais e sociais têm menos chances de enfrentar crises de reputação e questões regulatórias. Além disso, o ESG tem se mostrado um fator atraente para investidores, que valorizam empresas com boas práticas de sustentabilidade e enxergam o potencial de longo prazo nessas organizações. A reputação corporativa também é fortalecida, visto que o engajamento com questões ESG demonstra comprometimento com a sociedade e com o planeta.
É fundamental que as empresas considerem a adoção do ESG como uma estratégia de longo prazo. Para isso, é recomendado o estabelecimento de políticas de sustentabilidade, a realização de auditorias internas e externas, a participação em iniciativas de colaboração e engajamento com partes interessadas e a divulgação transparente de informações relacionadas ao ESG.
A integração dos princípios do ESG em todas as áreas da organização é essencial para obter os benefícios esperados e contribuir para um futuro mais sustentável.
Ao considerar os aspectos ambientais, sociais e de governança, as organizações são capazes de gerar valor agregado, mitigar riscos, atrair investimentos e fortalecer sua reputação. Embora enfrentem desafios na implementação do ESG, as empresas têm muito a ganhar ao adotar práticas sustentáveis. O CCB já está preparado para apoiar as empresas que estão ou pretendem se enquadrar nos indicadores ESG, auxiliando a ANFACER no Programa Anfacer + Sustentável e já levantando indicadores sociais e ambientais do setor cerâmico. Além disso, o CCB está apto a certificar o sistema de gestão ambiental conforme a norma ISO 14.001 e está em fase de implementação para acreditação conforme ISO 45.001.
O Centro Cerâmico do Brasil também se capacitou para elaborar inventários de gás de efeito estufa e pretende treinar o setor cerâmico para elaborar seus próprios inventários.
Esse é um caminho sem volta e o CCB permanecerá engajado junto ao setor para fomentar e apoiar as empresas em prol da sustentabilidade nos três pilares: ambiental, social e de governança.